"I am not some fucking loose cannon that just fucks everything that walks, ok?!"
By B. Porter
Há alguns meses atrás, maratonei pela segunda vez a série The L Word, de 2004–2009. E se existe uma personagem de seriado que eu absolutamente amo/venero/admiro/defendo-até-a-morte é a maravilhosa Bette Porter, interpretada pela talentosa, incrível e brilhante atriz, Jennifer Beals. Para quem ainda não viu e pretende ver,
o post contém muitos spoilers, então fica por sua conta em risco. Boa leitura!
Bette Porter é lésbica, está há sete anos num relacionamento monogâmico com Tina, workaholic, controladora, dominadora, egoísta e visivelmente para alguns, autodestrutiva. E o que me levou a gostar tanto dessa personagem? Tudo! E ser interpretada pela Jennifer Beals fechou o pacote.
A interpretação da Jennifer é majestosamente impecável. Você olha para Bette e a sensação que fica é de que ela realmente está passando por tudo aquilo (seja algo bom ou ruim). Nas cenas de questionamento interno então? É perceptível aquele sofrimento e você cria uma grande empatia por ela, pelo menos comigo é assim. Um exemplo que adoro é a cena da prisão –
S01E12 Locked Up – Bette está mega atraída por Candace, mas não quer trair a Tina, por isso se segura ao máximo, lutando contra todo aquele desejo, porém, chega a um ponto que não dá mais, e ela se entrega àquela vontade. Essa foi umas das cenas mais bem construída e executada da série. Beals estava perfeita.
Por ser workaholic, Bette não vê o que está diante de si e por isso age de forma egoísta e controladora – chega a ser hilário, como quando Tina estava super grávida e ela só percebe por acidente. Por ser confiante e realizada, ela também transborda seu lado dominador. Vê-se claramente quando ela conhece Tina e a maneira como Bette a conquistou – Tina usa o velho truque de “perder” o brinco, tendo que buscá-lo de volta, Bette aproveita e parte pra cima.
Após algumas puladas de cerca com Candace, –
that fuckin’ bitch! – Tina descobre que foi traída e termina com Bette. Esta se entrega aos desejos e vai se aventurar com a amante, até perceber que não quer mais aquilo e resolve lutar por Tina. Esta decide bancar a difícil – e com razão!
Como uma boa “Tibette”, defendo que a separação das duas foi necessária – das duas vezes. Veja bem, na primeira, Bette passou por todo um conflito interno: as cobranças e o stress do trabalho, a expectativa de um filho a bordo, o medo de não conseguir prover uma vida confortável para sua família, a responsabilidade de criar essa criança diante todo aquele caos interior, e por fim, toda a dor do mundo pela perda do bebê. Já na segunda vez, o relacionamento estava desgastado, a traição parecia que não foi totalmente perdoada e Tina foi se fechando enquanto tinha dúvidas quanto sua orientação sexual – ela era hétero quando conheceu Bette –, a relação das duas estava um porre até que Bette colocou um fim naquilo. Gostem ou não, foi a melhor decisão que ela tomou em toda a série, pois com isso, as duas puderam se descobrir e evoluir como pessoas, levando o relacionamento delas num outro nível e desta vez, definitivo.
Apesar dos seus tantos atributos negativos, quando Bette quer, ela revela seu lado romântico, atencioso, protetor e amigo. Foram tantas cenas em que me emocionei com suas atitudes, que se eu citar todas, o post ficará mais extenso do que já está. Achei lindo quando ela largou tudo em NY e voltou correndo para casa quando ouviu as mensagens de socorro da Tina e não conseguiu falar com ela pelo telefone. Foi admirável a forma como ela se esforçou para fazer uma das declarações de amor mais linda e romântica da história das séries –
17 reasons why. Jodi fez um bem danado pra ela, enquanto durou, claro
. Vibrei todas as cenas em que ela tenta proteger sua irmã Kit de se envolver em problemas. Chorei litros quando o pai dela adoeceu e ela fez de tudo para deixa-lo o mais confortável possível, e então perdê-lo. Admirei a amizade entre Bette e Tim, e Shane, e Alice e Dana e Tina – a amizade e companheirismo das duas é sensacional.
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