segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Inside: Bette Porter

"I am not some fucking loose cannon that just fucks everything that walks, ok?!"
By B. Porter

Há alguns meses atrás, maratonei pela segunda vez a série The L Word, de 2004–2009. E se existe uma personagem de seriado que eu absolutamente amo/venero/admiro/defendo-até-a-morte é a maravilhosa Bette Porter, interpretada pela talentosa, incrível e brilhante atriz, Jennifer Beals. Para quem ainda não viu e pretende ver, o post contém muitos spoilers, então fica por sua conta em risco. Boa leitura!

Bette Porter é lésbica, está há sete anos num relacionamento monogâmico com Tina, workaholic, controladora, dominadora, egoísta e visivelmente para alguns, autodestrutiva. E o que me levou a gostar tanto dessa personagem? Tudo! E ser interpretada pela Jennifer Beals fechou o pacote.


A interpretação da Jennifer é majestosamente impecável. Você olha para Bette e a sensação que fica é de que ela realmente está passando por tudo aquilo (seja algo bom ou ruim). Nas cenas de questionamento interno então? É perceptível aquele sofrimento e você cria uma grande empatia por ela, pelo menos comigo é assim. Um exemplo que adoro é a cena da prisão – S01E12 Locked Up – Bette está mega atraída por Candace, mas não quer trair a Tina, por isso se segura ao máximo, lutando contra todo aquele desejo, porém, chega a um ponto que não dá mais, e ela se entrega àquela vontade. Essa foi umas das cenas mais bem construída e executada da série. Beals estava perfeita.

Por ser workaholic, Bette não vê o que está diante de si e por isso age de forma egoísta e controladora – chega a ser hilário, como quando Tina estava super grávida e ela só percebe por acidente. Por ser confiante e realizada, ela também transborda seu lado dominador. Vê-se claramente quando ela conhece Tina e a maneira como Bette a conquistou – Tina usa o velho truque de “perder” o brinco, tendo que buscá-lo de volta, Bette aproveita e parte pra cima.


Após algumas puladas de cerca com Candace, – that fuckin’ bitch! – Tina descobre que foi traída e termina com Bette. Esta se entrega aos desejos e vai se aventurar com a amante, até perceber que não quer mais aquilo e resolve lutar por Tina. Esta decide bancar a difícil – e com razão!


Como uma boa “Tibette”, defendo que a separação das duas foi necessária – das duas vezes. Veja bem, na primeira, Bette passou por todo um conflito interno: as cobranças e o stress do trabalho, a expectativa de um filho a bordo, o medo de não conseguir prover uma vida confortável para sua família, a responsabilidade de criar essa criança diante todo aquele caos interior, e por fim, toda a dor do mundo pela perda do bebê. Já na segunda vez, o relacionamento estava desgastado, a traição parecia que não foi totalmente perdoada e Tina foi se fechando enquanto tinha dúvidas quanto sua orientação sexual – ela era hétero quando conheceu Bette –, a relação das duas estava um porre até que Bette colocou um fim naquilo. Gostem ou não, foi a melhor decisão que ela tomou em toda a série, pois com isso, as duas puderam se descobrir e evoluir como pessoas, levando o relacionamento delas num outro nível e desta vez, definitivo.


Apesar dos seus tantos atributos negativos, quando Bette quer, ela revela seu lado romântico, atencioso, protetor e amigo. Foram tantas cenas em que me emocionei com suas atitudes, que se eu citar todas, o post ficará mais extenso do que já está. Achei lindo quando ela largou tudo em NY e voltou correndo para casa quando ouviu as mensagens de socorro da Tina e não conseguiu falar com ela pelo telefone. Foi admirável a forma como ela se esforçou para fazer uma das declarações de amor mais linda e romântica da história das séries – 17 reasons why. Jodi fez um bem danado pra ela, enquanto durou, claro. Vibrei todas as cenas em que ela tenta proteger sua irmã Kit de se envolver em problemas. Chorei litros quando o pai dela adoeceu e ela fez de tudo para deixa-lo o mais confortável possível, e então perdê-lo. Admirei a amizade entre Bette e Tim, e Shane, e Alice e Dana e Tina – a amizade e companheirismo das duas é sensacional.


Faltou alguma coisa? Conta pra mim nos comentários ;)